Uma bela e jovem mãe colocou sua filhinha para dormir no
berço e foi visitar uma vizinha. Muitas vezes ela havia deixado a filhinha
sozinha, por poucos minutos apenas, e nenhum mal lhe acontecera. Assim, não
teve dúvida de que também desta vez nada aconteceria.
Chegando a casa da vizinha, começou a conversar sobre
algumas coisas, mas foi interrompida subitamente por um som que sempre lhe
causava um calafrio: era a sirene do caminhão de bombeiros.
- Não se preocupe – disse a vizinha. – Tenho certeza de que
o incêndio não é por aqui.
- Mas ouça! – disse a mãe. – Parece que os bombeiros estão
vindo para este lado! E veja o povo correndo! Estão correndo nesta rua! E
correm na direção da minha casa!
Sem dizer mais nada, ela correu para onde o povo estava
indo. E então viu sua própria casa em chamas! Fumaça e labaredas já saíam pelo
telhado.
Minha filhinha! - exclamou ela desesperada. – Minha
filhinha!
A multidão era grande em volta da casa, mas a mãe
acotovelou-se por todas as pessoas.
- Meu nenê! Meu nenê! Minha pequena Marja!
Um bombeiro agarrou-a:
- A senhora não pode entrar aí – gritou ele. – Vai morrer
queimada!
- Deixe-me ir! Deixe-me ir! – gritou ela. E com uma força
sobre-humana desvencilhou-se e correu para dentro da casa em chamas, enquanto
todos observavam espantados.
Ela sabia exatamente onde devia ir.
Atravessando como uma flecha a fumaça e as chamas, agarrou o
pequeno tesouro que era sua menina, e fez meia volta. Mas, vencida pela fumaça,
ficou tonta e caiu; teria morrido queimada com a nenê se um bombeiro não a tivesse
levado para fora.
Toda a multidão gritou de alegria quando ela apareceu! Mas
ai! Embora o bebê estivesse salvo, a pobre mãe ficou muito queimada. Pessoas
amigas a colocaram numa ambulância e ela foi para o hospital.
Ali todos os médicos viram que as mãos dela, aquelas
valorosas e queridas mãos que tinham agarrado a criança no berço em chamas
estavam terrivelmente queimadas. Embora os médicos fizessem de tudo para
salvá-las, elas ficaram mutiladas e cheias de cicatrizes.
Meses depois a corajosa mãe teve alta do hospital. E voltou
para casa, com a filha.
As semanas tornaram-se meses e os meses tornaram-se anos. A
menina aprendeu a engatinhar, andar e agora já corria. Estava crescendo.
Começava a reparar nas coisas.
Um dia, quando Marja tinha oito anos, a mãe estava lavando
louça na cozinha.
De repente, Marja viu algo em que nunca havia reparado.
-Mamãe! – exclamou ela – que mãos feias a senhora têm!
- Sim, querida – disse a mãe calmamente, embora ferida
demais com essas palavras. – São mesmo feias, não é?
- Mas porque a senhora tem as mãos tão feias quando as
outras pessoas têm as mãos bonitas? – perguntou Marja, não sabendo que cada uma
de suas palavras era como um punhal no coração da mãe.
Lágrimas lhe brotaram dos olhos.
_ Que foi que eu disse de mal, que foi que eu fiz? –
perguntou Marja.
Então a mãezinha tomou-a pela mão e a levou ao sofá.
- Preciso contar-lhe uma coisa, querida. – disse ela.
Então contou sua história, que Marja não conhecia ainda.
Falou do Incêndio, do povo que a procurou impedir, de como ela a havia tirado
do berço já envolto em labaredas, como caíra ao chão, como fora salva e como
recebera queimaduras graves.
- Minhas mãos eram lindas antes disso – terminou ela.
Marja apertou entre as suas mãos aquelas mãos mutiladas, com
lágrimas a lhe deslizarem pela face.
– Mãezinha querida – disse chorando – são as mãos mais
lindas em todo mundo!
Criança há outras mãos que foram feridas por você. As mãos de Jesus, o Amigo e
Salvador das crianças; as mãos Daquele que desceu do Céu para salvar Seu povo
do pecado, e levá-los para Seu lindo país.
Vocês sabem o que aconteceu a Jesus? Homens maus
agarraram-no e o crucificaram.
Martelaram grandes pregos através de suas mãos e pés e
o levantaram numa cruz, para ali morre. Depois o sepultaram no túmulo de José
de Arimatéia. Mas não o puderam reter ali. Ele ressuscitou e subiu para o Céu,
onde vive hoje, aguardando o feliz dia em que há de voltar.
Mas os sinais dos pregos vão permanecer para sempre em suas
mãos e pés. Quando Ele voltar, ainda terá essas cicatrizes. Então vamos
conhecê-lo, com suas mãos feridas.
Quando encontrarmos com Jesus poderemos ver aquelas mãos,
aquelas queridas mãos, que foram feridas para que todos os seres humanos
pudessem ser salvos e viver pra sempre.
E se alguém lhe perguntar:
– O que aconteceu com suas mãos?
Ele contará a maravilhosa história da salvação, e nós jamais
nos cansaremos de ouvi-la.
Então como a pequena Mara exclamaremos: – São as
mais lindas mãos, em todo o mundo!
Fonte da história: Edna Kids
Fonte dos visuais: Cantinho das Histórias Bíblicas
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