1. SAIBA COMO PLANEJAR, COM EFICÁCIA, SUA AULA:
Conteúdo deve ser de pleno conhecimento do professor, o
primeiro a ser considerado no planejamento da aula. Extensão e tempo são
necessários verificar a quantidade de informações e ensinamentos a serem
transmitidos.
É preciso fazer uma seleção de conteúdos, priorizar as
informações e ensinamentos que mais se harmonizam com os objetivos da aula, de
forma prática no tempo disponível. A exposição de uma lição requer uma boa
distribuição de tempo:
- Abertura (5%) – uma espécie de “quebra-gelo”: pergunta, brincadeira ou dinâmica para descontração dos presentes (geralmente ligada ao tema).
- Introdução (10%) – estabelecimento de relações com o tema estudado na aula anterior. Desperta a disposição para a aprendizagem. É por isso que deve haver criatividade, por parte do professor, que, também, precisa utilizar notícias de jornal, fatos contemporâneos, ilustrações e experiências corriqueiras para que os alunos se familiarizem.
- Interpretação (30%) – a argumentação bíblica do professor deve ser consistente com as verdades contidas na Palavra de Deus, de tal modo que os alunos posam interpretá-las e aplicá-las.
- Aplicação (40%) – o aluno deve ser estimulado a mudar aspectos de sua vida para andar de acordo com o que está contido nas Escrituras: os princípios, leis, ensinamentos que devem ser levados em consideração, esclarecidos e assimilados para a formação do caráter cristão. É o momento no qual se deve estimular a participação, o partilhar de experiências que propiciem edificação e aprendizado. Tudo isto deve ser feito com a supervisão e direcionamento do professor para que não se escape dos objetivos da aula.
- Conclusão (15%)- recapitulação das principais informações transmitidas e repasse de conhecimentos aprendidos. É o momento de fechar ideias, confirmar doutrinas e demonstrar a importância da mudança de atitudes e comportamentos. É momento de comunhão e edificação espiritual, por meio do qual os alunos farão uma introspecção para expor, diante do Senhor, a situação real de sua vida em busca de mudança. A importância do planejamento e do ensino eficaz:
É o momento no qual o professor vai explorar, ao máximo, o
seu potencial e criatividade, constatando o interesse dos alunos pela Palavra
de Deus e o desejo de retribuir o que lhes foi ensinado. Para alcançar isto, o
professor deve ser previdente e organizado, administrando o seu tempo semanal
com a meditação da lição que vai ensinar. Por meio do ensino, o professor
desperta a mente do aluno para captar e reter a verdade, motivando-o a pensar
por si mesmo, da seguinte forma:
1. O aluno precisa crer que não é o professor que o ensina.
O professor tem que fazer com que o aluno pense por si mesmo, estimulando a sua
atividade intelectual para que ele descubra as verdades implícitas na sua
mensagem. Somente há aprendizagem com a atividade mental dos alunos. Para isto,
devem ser guiados de tal forma que possam expressar com segurança seus novos
pensamentos, com base nos resultados da leitura e observações do professor.
2. O professor deve explicar o novo com base no antigo,
partindo do conhecido para o desconhecido, do claro para o obscuro, do fácil
para o difícil. A eficiência do seu ensino está na apresentação de imagens já
conhecidas para que os alunos façam associações, da mesma forma que Jesus o
fazia com as parábolas.
3. Deve-se considerar a faixa etária, as condições
sócio-econômicas, bem como os interesses do aluno para que possamos ensiná-lo
de acordo com as suas necessidades, adaptando o ensino ao desenvolvimento moral
e espiritual dos mesmos (ou seja, à altura espiritual dos alunos).
4. A verdade a ser ensinada deve provocar mudanças na vida
do professor, permitir que o mesmo se emocione, sinta o impacto daquela palavra
ensinada em sua vida e a pratique. Quem domina a lição e permite que ela o
comova, também saberá comover os seus ouvintes.
5. Vejamos o que Myer Pearlman diz acerca do papel do
eficiente professor: “...Você, professor, tem de relacionar constantemente as
partes das Escrituras – comparando as histórias com as doutrinas, as profecias
com seu cumprimento, os livros com os livros, o Antigo Testamento com o Novo
Testamento, os tipos com os arquétipos (modelos, anotação nossa), para que o
aluno aprenda que a Bíblia não é uma coleção de textos e de fatos separados,
estanques, mas uma unidade viva, cujas partes estão relacionadas vitalmente
umas com as outras, como os membros do corpo humano. Vimos depois que o
professor precisa aplicar continuamente a lição à vida individual, e à
coletiva, para que o aluno fique sabendo que todo ensino bíblico está
relacionado com os fatos de sua vida. Nenhum ensino bíblico é teórico, sem
aplicação prática.”
2. COMO O PROFESSOR
DEVE SE PREPARAR
1. Preparo espiritual – à frente da sala deve estar um
verdadeiro cristão, alguém que tenha uma real experiência de conversão e que
procura santificar sua vida. Tal serviço prestado ao Rei é resultado de uma
vocação, um gesto de adoração. Não basta ser profissional, é necessária a
submissão ao Senhor Jesus, uma vida de adoração, de execução da Sua vontade e
busca pelas coisas de cima, tal como o salmista orou: “Desvenda os meus olhos,
para que eu veja as maravilhas da Tua lei.” (Sl 119.18). É preciso
reconhecer-se dependente do Senhor, incapaz de compreender a Palavra sem o Seu
auxílio, moldando a sua vida de acordo com esta Palavra.
O professor deve ser um depósito de verdades divinas e fiel
guardião da sã doutrina à medida que viver em comunhão com a Palavra de Deus
(Sl 119.97; Ex 3.1). Este amante da Palavra, certamente, vive com o seu coração
a ferver com palavras boas, ensinamentos eternos e vivos que fazem toda a
diferença (Sl 45.1).
2. Preparo bíblico eficaz - o preparo espiritual é um
pré-requisito indispensável para se dar início ao preparo bíblico, num profundo
mergulho nas Escrituras, que se apresenta nas seguintes atitudes: fazer
diversas leituras do texto bíblico, comparando as diferentes versões; formar
uma biblioteca pessoal que contenha dicionários, concordâncias, comentários e
manuais bíblicos que auxiliarão na interpretação dos textos; fazer diversas
perguntas ao texto para identificar promessas, ordens, mandamentos, princípios,
doutrinas, orientações e lições. O descuido com a pesquisa traz inúmeros
prejuízos à aula, o que contribui para desmotivar os alunos; fazer um esboço
detalhado do texto bíblico – dividir o texto em partes menores permite a
assimilação de novas informações; selecionar as lições mais importantes do
texto – a Bíblia é como um poço de águas cristalinas que saciam a nossa sede;
como uma caverna que contém inúmeros tesouros, os quais, para serem
encontrados, requerem tempo, paciência e coragem de quem os busca. Deve haver
prazer em meditar na Lei do Senhor (Sl 1.2) para efetuar este intenso trabalho
de pesquisa.
3. Estudo da lição desde o início da semana - o ideal seria
que todo professor reservasse, pelo menos, meia hora de cada dia, para estudar
a lição. Dessa forma, resolveria aquelas questões que surgem, durante o estudo,
antes de ministrá-lo à sala, encontrará melhores ilustrações e referências para
o assunto, disporá de mais tempo para orar, bem como contar com a função
cerebral subconsciente, segundo Myer Pearlman: “O subconsciente nos ajuda
muito. Sabe-se que por meio do subconsciente aprendemos muito. Depois de
havermos feito um estudo árduo e consciente de um assunto, nossa mente
continuará trabalhando na questão, enquanto dormimos ou cuidamos de outras
coisas. O ditado muito conhecido que diz ‘consulte o travesseiro’ acerca de uma
decisão ou problema, está certo. É exemplo do que vimos dizendo sobre o
subconsciente. Mas acima de tudo, lembre-se de que por meio da oração é
possível estimular sobrenaturalmente as nossas faculdades mentais. ‘Ele os
guiará em toda verdade’, diz-nos Cristo. Note que a palavra ‘guiar’ subentende
que devemos estar procurando a verdade, ou em outras palavras: estudando.”
4. Estudo consciente - o texto bíblico da lição deve ser
averiguado, analisado, dissecado, experimentado antes da investigação profunda
do comentário da revista. Ajuntar material além do necessário para a aula. Isso
depende da aplicação e dedicação do professor que deseja inspirar amor pelo
estudo, trazendo informações adicionais ao texto da lição para a classe.
Estudar o texto e o contexto de forma detalhada.
5. Registro pessoal de seu estudo – o professor deve
preparar-se em oração e fazer anotações pessoais (na escrita e na prática) que
estejam relacionadas à edificação do caráter cristão e testemunho pessoal. A
mensagem a ser transmitida deve provocar o efeito da transformação de vidas.
Daí a necessidade do testemunho pessoal.
6. O estudo da lição – o planejamento da aula com base nos
objetivos da lição é fundamental para que o professor ensine uma mesma verdade
de várias maneiras. Tudo o que ele disser deve estar centrado no objetivo
principal da lição. O tema principal será como um Sol, ao redor do qual se
moverão todos os pensamentos a ele relativos, tais como os planetas o fazem ao
redor da maior estrela.
7. Apresentação da lição - o início da aula é o momento de
negociação, momento no qual o professor vai lançar o anzol com uma isca bem apetitosa
para atrair o aluno a si, mantendo-o fisgado. Para isto, ele deve elaborar
estratégias que façam o aluno pensar, despertem o seu interesse, explicando
verdades novas com o auxílio de verdades já assimiladas. O esboço não deve ser
lido para a classe. Deve ser apresentado como um esqueleto que o professor vai
revestir com a carne, usando os comentários necessários para revesti-lo e
tornar a mensagem compreensível.
8. Ilustração da lição - o professor precisa estar atento ao
limite de tempo que possui para que possa ministrar a aula de acordo com o
objetivo principal. Myer Pearlman compara a ilustração da lição à edificação de
uma casa: “ Dominar a matéria e determinar o objetivo correspondem, digamos, a
fazer um desenho da casa pronta, e elaborar a descrição detalhada da planta.
Pode incluir a decisão quanto ao material que se há de usar. A introdução da
lição representa a abertura dos alicerces. Resumir a lição é levantar as
estruturas de concreto. As perguntas correspondem às divisões revisadas. Pediu-se
aos alunos que respondessem a algumas perguntas acerca do assunto. Por meio de
trabalhos práticos, por escrito, ou por meio de diálogo, o professor dará o
acabamento à obra.”Ele ainda acrescenta: “As ilustrações correspondem às
janelas e às lâmpadas elétricas que iluminam as dependências da casa.
As ilustrações esclarecem o tema, ajudam o aluno a
compreendê-lo, e assim mantém seu interesse. Por isso, é melhor o professor
preparar uma lista de ilustrações. ”Para fazer bom uso das ilustrações, o mesmo
autor deixa-nos algumas sugestões de como as ilustrações devem ser:Mais claras
que a verdade que ser ilustrar; interessarem o aluno e estar relacionada à sua
experiência, relacionarem-se realmente com a lição; apresentadas com um certo
limite, evitando-se o excesso; causar boa impressão; sugerirem boas ideias;
aplicadas à verdade e a verdade aplicada à ilustração. Ex.: parábolas.A
conclusão da lição - é o momento no qual o professor vai trabalhar para
despertar no aluno o firme desejo de colocar em prática tudo o que aprendeu,
dando a ele oportunidades para memorizar a mensagem principal e amar a verdade
ali ensinada. Pois o que mais importa é a aplicabilidade do conhecimento, o que
nos faz recordar a unidade do homem como a apresenta Pestalozzi: espírito –
coração – mão. Observando este aspecto, o professor possibilitará o
desenvolvimento da tríplice atividade humana, contribuindo para o aprimoramento
da inteligência, da moral e da técnica: conhecer – querer – agir: “Escondi a
tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl.119.11).
Fonte: EBD Online
Retirado do blog: http://bloggerdatiadebora.blogspot.com.br/2009/09/como-podemos-contribuir-para-tornar-ebd.html
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