quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ESCOLA DOMINICAL: ESPAÇO DE INCLUSÃO E APRENDIZAGEM PARA A VIDA


Este artigo tem por finalidade evidenciar a importância de incluir junto a sala de EBD(Escola Bíblica Dominical), os considerados portadores e/ou deficientes de necessidades especiais. Deficiência essa que pode ser física ou mental.

Como alcançar estas crianças? A grande necessidade do evangelismo infantil também para as crianças especiais, como não entram nas igrejas, é preciso lançar as redes, elas precisam da salvação em Cristo Jesus. Como alcançar suas famílias ministrando uma palavra de consolo, orientação, encorajamento, para que a criança seja amada e aceita pela mesma, com pais que não se envergonham diante da sociedade e da igreja.

Como inserir a criança especial no ministério infantil, como trabalhar com elas, como vivenciar na igreja a inclusão e não a exclusão? Como tem sido infelizmente na prática.

A inclusão escolar é muito importante, não só para as crianças com deficiência mas também para as que não tem nenhuma deficiência.As crianças com deficiência aprendem muitas coisas com as outras, se sentem motivadas a irem cada vez mais longe e as crianças "normais" são automaticamente preparadas para mais tarde conviverem com as pessoas e suas diferenças. Fato fundamental para a inclusão, pois hoje em dia boa parte do preconceito parte dos adultos e não das crianças e isso por falta de conhecimento sobre o assunto.

O que mais me preocupa é a falta de responsabilidade e humanidade em muitas pessoas que se comprometem ou simplesmente aceitam trabalhar com essas crianças, sem antes buscar em Deus a direção e busca por aperfeiçoamento e dedicação. Tendo como base o AMOR. (1Co 13). Que ao me ver é de fundamental importância para o Ministério Cristão.Precisamos cuidar constantemente para que eles, ou seja, essas crianças,  se sintam importantes, para que sintam que são parte de um grupo, seja em casa, na escola e onde estiverem.

A luz da Palavra de Deus precisamos abordar todas estas questões e situações de maneira prática, clara e objetiva, lançando também uma semente de amor no coração da igreja, de professores, líderes, amor por crianças especiais, que precisam ser amadas e atendidas com suas limitações também. São muito amadas por Jesus, vamos excluí-las?De forma alguma, o que elas precisam ouvir? Pastorear e preparar crianças para o futuro é conduzi-las ao novo nascimento, contando-lhes a preciosa mensagem do Evangelho.

A mensagem que a criança precisa ouvir!

Toda criança precisa conhecer:
• Que Deus a ama com imenso amor –  João 3:16.
• Que ela tem um problema (doença, necessidade) – Romanos  3:23; 6:23.
• Que só há uma solução (remédio, provisão) para o seu problema – Atos 4:12; 1 Coríntios 15:3,4;  1 Timóteo 2:5.
• Que ela precisa apropriar-se de Cristo (recebê-lo) – João 1:12,13.
• Que a salvação é unicamente pela graça imerecida de Deus - Efésios 2:8,9.
• Que a salvação é eterna (segurança) – João 10:28-29; 1 João 5:11-12.

É preciso levar a criança a reconciliar-se com Deus, reconhecendo que é pecadora, buscando o perdão e confiando no sacrifício de Cristo realizado na cruz do Calvário, pois “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1:7).

Para se desenvolver, a criança necessita incorporar e integrar as ferramentas de relação com os outros. A criança não aprende por si própria nem é a arquiteta exclusiva da sua evolução, ela aprende essencialmente dos outros, através da sua relação com eles.

Pais e mães são os primeiros, os principais e mais duradouros educadores de suas crianças. Quando pais e profissionais trabalham juntos durante a infância, os resultados têm um impacto positivo no desenvolvimento da criança e na sua aprendizagem. Então, cada etapa do desenvolvimento deve buscar uma parceria efetiva com os pais.

Nos trabalhos de estimulação, os pais aprendem com diversos profissionais de diferentes áreas a estimular a criança, pois, quanto mais cedo haver o estímulo mais ativa a criança se tornará, conseguindo atingir suas capacidades.

A finalidade da estimulação precoce deve ser que a criança gere sua própria personalidade, sua situação familiar, social e eclesiástica.

O apoio individual oferecido para favorecer a aquisição de habilidades adaptativas pode ter lugar na família, em entidades públicas ou particulares, em outros ambientes e programas comunitários e ambientes eclesiásticos. Nesses locais percebe-se a importância de profissionais como os fonoaudiólogos que estudam e tratam os problemas de linguagem e de estruturação oral facial, que permitem a criança sugar, deglutir, mastigar, engolir, mecanismos estes necessários para falar,  se comunicar com o próximo.

O serviço social é considerado o centro de apoio da equipe multidisciplinar e realiza trabalhos voltados a integração da família e da escola com terapeutas, apoiando no enfrentamento de problemas de origem familiar, financeiro, social ou profissional, busca também formar convênios, captar recursos e capacitar as mães.

Formular e promover estratégias que vise favorecer o desenvolvimento cognitivo, levando em consideração todos os outros aspectos que interferem no desenvolvimento global da criança é papel do pedagogo, eles usam como estímulo uma série de exercícios para desenvolver as capacidades da criança, respeitando a fase de desenvolvimento que ela se encontra, enfatizando a área cognitiva e sócio-perceptiva. Assim como o ambiente eclesiástico que a família frequente será de fundamental importância e apoio para a integração da família e igreja.

Nem todos os alunos com deficiência terão, na realidade necessidades educacionais especiais. Os professores devem adotar ações especificas para tornar possível a participação efetiva de alunos portadores de necessidades educacionais especiais por meio de:
- planejamento de tempo suficiente para permitir a conclusão satisfatória de tarefas;
- planejamento de oportunidades que sejam necessárias ao desenvolvimento de habilidades em aspectos práticos do currículo;
- identificação dos aspectos do programa de estudo e de metas de aquisição escolar que possam apresentar dificuldade.

 O planejamento de atividades e de rotina de trabalhos seja no âmbito familiar, escolar ou eclesiástico cria ambiente acolhedores e agradáveis, facilitando a criança uma aprendizagem pela convivência e experiências com o outro e também com afeição, amor e paciência; especificas para os indivíduos.

Todas as crianças portadoras de necessidades especiais ou não experimentarão diversas etapas de desenvolvimento, por isso, deve-se reconhecer e motivar o potencial de cada uma individualmente, e apresentar-lhe objetivos e atividades adequadas que fortaleçam sua autoestima, iniciativa e aprendizagem, pois isso constituirá a base do seu desenvolvimento futuro.

Quase todas as crianças, desde o nascimento estão imersas em ambientes de afeto e proteção, essenciais para seu crescimento físico e desenvolvimento de suas capacidades. Essas primeiras relações se manifestam com sorrisos, choro, abraços, carícias, assim por meio desses códigos a criança vai criando vínculos de relacionamento, iniciando um processo de socialização. Levando em conta as necessidades que os seres humanos têm ao nascer (alimentação, cuidados higiênicos, proteção frente a perigos, exploração do meio), necessidades estas que somente serão resolvidas através da relação com outras pessoas, essa interação lhe permitirá resolver e amadurecer todo seu potencial biogenético.

É importante sabermos o quanto é necessário compreender as limitações dos indivíduos com necessidades especiais, juntamente com os indivíduos normais. Havendo essa compreensão, maior será a interação dos portadores de necessidades especiais e a aceitação será mais fácil, pois, haverá maior valorização facilitando a entrada desses indivíduos na sociedade e mais tarde, no mercado de trabalho e ambiente no meio eclesiástico. O qual ele estará inserido. A base para toda e qualquer função ministerial e/ou profissional está em 1Coríntios 13 o Amor, que é a maior expressão de Deus com a humanidade.

Os desafios serão constantes, assim como a falta de pessoas que disponham e se preparem para o serviço. Não é apenas afirmar que a EBD seja para todos(as), mas criar condições para que todos(as) realmente se sintam bem-vindos(as), amados(as) e incluídos(as). Especialmente ensinando-os(as) a lidar com a sua INTEGRALIDADE, seja qual for a sua condição e contexto. Para que a EBD seja espaço de APRENDIZAGEM, de CRESCIMENTO e de ACOLHIMENTO deve, antes de tudo, ensinar o ser humano a APRENDER a CONHECER, a FAZER, a RELACIONAR-SE e a SER, incluindo nessas aprendizagens os valores e os princípios cristãos. São APRENDIZAGENS essenciais à vida como um todo, mas dependerão do modelo de EBD que pretendemos ter e da prática de ensino pela qual fizermos opção. É fato que a natureza humana é bem mais ampla, complexa e não apenas espiritual, mas também CORPO, ALMA e MENTE, partes que formam um todo indissociável.
  
Para terminar deixo uma reflexão: O que Deus quer nos ensinar nessa passagem?
“... Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis ...” Lc 18:16

Sheila Guimarães

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